Bem vindos a um dos parques naturais mais fascinantes do nosso país


Eu diria que a Chapada Diamantina é o principal destino de Ecoturismo do Brasil. Área de preservação, o Parque Nacional da Chapada Diamantina possui 152 mil hectares e protege uma parcela da Serra do Sincorá, que é a parte norte da Serra do Espinhaço, uma cadeia montanhosa que se estende de Minas Gerais à Bahia. Possui grande diversidade ecológica e ambiental em seu território, abrangendo, por exemplo, três biomas brasileiros: Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. O Parque está inserido nas Reservas da Biosfera (RB) da Caatinga e da Mata Atlântica.

O Parque Nacional da Chapada Diamantina foi decretado em 1985, sendo administrado pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)  com sede em Palmeiras. É um território que guarda uma quantidade incrível de montanhas, cachoeiras, grutas, cânions, chapadões e rios. O local fica a 425 km de Salvador e sua área total está distribuída por sete cidades: Andaraí, Ibicoara, Iramaia, Itaetê, Lençóis, Mucugê e Palmeiras, cada qual com sua característica peculiar, repleta de atrativos naturais - E QUE NÓS DETALHAREMOS NA EDIÇÃO DE SETEMBRO.

Para todos os gostos


O Parque Nacional da Chapada Diamantina é uma excelente opção para quem gosta de caminhadas, montain bike, banhos de rio, escalada e canoagem junto à natureza. São quase 300 km de trilhas que percorrem campos rupestres, cerrado e mata atlântica em meio a paisagens deslumbrantes, sítios históricos e o Marimbus, área alagada conhecida como Pantanal da Chapada Diamantina.
Difícil descrever em palavras a beleza da região, onde já tive o privilégio de ir inúmeras vezes. A região, de serra, possui uma vegetação única, rica também em cachoeiras com piscinas naturais de tirar o fôlego, como a Cachoeira da Fumaça e a Cachoeira do Sossego, perfeita para relaxar e curtir momentos bem juntinho à natureza.
Um dos principais cartões-postais da região o Morro do Pai Inácio é um belo lugar para contemplar e fotografar o pôr do sol. Outro que merece entrar no seu roteiro é o Poço Azul, em Andaraí, onde o turista flutua em um poço cristalino que brota da caverna.

Onde a natureza faz morada


O cenário, montanhoso – que também concentra alguns dos pontos mais altos do Nordeste, como o Pico do Barbado e o Pico das Almas - reúne extraordinária variedade de ecossistemas como  Cerrado, Mata Atlântica, Campos Rupestres, Caatinga. As bromélias e orquídeas têm ali ambiente privilegiado, adaptando-se às diferenças de clima, altitude e solo. As serras que chegam a 1700 metros são o habitat preferido de jaguatiricas, onças, mocós, veados, teiús e seriemas.
Os morros mais representativos, com altitudes médias de 1450 metros, se espalham pelos municípios de Palmeiras, Lençóis e Mucugê. O monte Tabor - mais conhecido como Morrão - o Calumbi (Morro do Camelo), o Pai Inácio e o Morro Branco do Paty, desafiam o tempo e são parte das lendas locais.
Os maciços de quartzito resistiram à erosão iniciada no Pré-Cambriano, formando torres minerais ou morros. Por volta de 1750, antes da chegada dos primeiros bandeirantes, os índios Maracás e Cariris dominaram a região.

Lembrança viva


As trilhas, abertas pelos garimpeiros, constituem uma lembrança viva, e são percorridas, hoje, por amantes do trekking vindos do mundo inteiro. Ainda é possível encontrar velhos garimpeiros que conheceram esses tempos, quando as riquezas jorravam das serras.
É importante ter em mente que não há sinal de celular dentro do parque e as trilhas não possuem sinalização, além de possuir trechos pouco marcados. É recomendável contratar um condutor de visitantes e sempre informar algum familiar sobre a atividade que você vai realizar.

Legado que vem do Cico do Diamante


Os principais rios da Bahia abrigam suas nascentes nas encostas da Chapada, os rios Paraguaçu e de Contas cavaram profundos cânions nas serras e planícies, gerando cenários de uma beleza Divina na Cachoeira da Fumaça, nas grutas de Iraquarae no Poço Encantado .
Por questões de segurança e de proteção ao meio ambiente, as associações de guias - presentes em todas as localidades - devem ser solicitadas para realizar qualquer roteiro dentro do Parque. As agências de turismopousadas e comunidades alternativas promovem roteiros de bike, off-road, canoa, a pé e de mula, além de estadias espiritualizadas com direito a cursos de permacultura e vivências de vidas passadas!
As cidades da região do Parque Nacional são uma herança da riqueza do Ciclo do Diamante e surpreendem com sua belíssima arquitetura colonial, a exemplo de Igatu, um distrito do município de Andaraí, que, assim como Lençóis, possui uma bela arquitetura herdada do século XIX.

NA EDIÇÃO DE SETEMBRO, MOSTRAREMOS AS CIDADES DA CHAPADA DIAMANTINA.