Uma península que avança mar adentro, um braço de mar abraçado por um rio e um farol à beira- mar que a cada dez segundos irradia sua luz branca, apontando em direção ao destino onde se quer chegar.
Um destino de céu azul, praias isoladas, mangues repletos de vida, dunas, montanhas de sal e muito sol e vento, que às margens do Oceano Atlântico, emoldura um vilarejo de mais de meio século, com ruas percorridas por charretes.
Este mesmo farol que ilumina os mares, nos guia em terra, mostrando a importância de recalcular a rota, de transformar o simples, em extraordinário, de deixar a paz ressoar dentro da gente.
E é do alto dos seus mais de 90 anos e 13 metros de altura, que ele dá as boas vidas! E se impõe, altivo e vigilante, a proteger um tesouro chamado GALINHOS.

Cerca de 150 km separam Natal, de Galinhos, considerada A PRAIA MAIS EXÓTICA DO RIO GRANDE DO NORTE. O asfalto chega até PRATAGIL, onde há um estacionamento público e com segurança 24 horas, onde as pessoas deixam seus carros, além de um bar e o píer. Dali, é preciso cruzar um braço de mar que banha a cidade, numa travessia de 10 MINUTOS DE BARCO que acontece diariamente a cada meia hora.
O rápido trajeto (podia demorar mais um pouquinho), no entanto, não nos impede de reverenciar o visual de encher os olhos e acalmar a alma.
No desembarque, entendemos porque o lugar é único: carros comuns não circulam, o trasfer do píer até a hospedagem é feito de buggies, charretes ou uber jegues, e a vida segue sem pressa, num ritmo que nos permite enxergar as belezas que não vemos quando o tempo passa rápido demais.

Saúde e Segurança
O município tem monitoramento 24 horas, com câmeras na sede da cidade. Conta, ainda, com um veículo aquático – AMBULANCHA – com capacidade para até 6 pessoas e equipada com maca fixa e poltronas para profissionais de saúde e piloto, além de suporte para cilindro de oxigênio, para o caso de transporte e remoção de emergência.
Com menos de três mil habitantes e muito espaço, Galinhos é o lugar perfeito para os que buscam distanciamento social para descansar com a família em total segurança e na mais absoluta privacidade, sem muvuca, aglomeração ou qualquer preocupação senão a de degustar seu peixe ou camarão que acaba de sair do mar. A água salobra e a dificuldade para chegar contribuem para conter o turismo desenfreado, e, principalmente, ajudam a selecionar os visitantes.

O pequeno município está localizado na região conhecida como POLO COSTA BRANCA , uma referência às dunas e às montanhas de sal criadas por empresas de extração do mineral, como a Salinas Diamante Branco. Quando vamos nos aproximando, a extensa planície de sal, avistada ainda de longe, forma uma imagem linda!
Fundada em Galinhos no início dos anos 60 como uma pequena empresa de produção de sal solar, a Diamante Branco integra o grupo americano Stone Canyon Industries Holdings Inc., e atende os mercados interno e externo vias marítima e terrestre, sendo uma das maiores produtoras de sal do Brasil, com capacidade produtiva em torno de 600.000 toneladas por ano.

O nome Galinhos é uma referência ao tamanho pequeno dos peixes-galo existentes no lugar, que preserva locais únicos, ótima comida, gente acolhedora e passeios marcantes. Dois deles, em especial, merecem destaque pelo ineditismo e criatividade, e não podem deixar de ser feitos: o JÚNIOR TUBARÃO, uma incursão que reúne gastronomia e informação, uma aula de turismo sustentável, coroada, ao final, com um banquete de frutos do mar; e o GALINHOS A DOIS, que resgata um romantismo pouco lembrado nos dias de hoje, culminando com uma verdadeira experiência gastronômica a céu aberto. AMBOS SÃO DESTAQUE NESTA EDIÇÃO. Outra atração é o FAROL DE GALINHOS. Sua estrutura, construída em 1931 para assegurar visibilidade da costa e proporcionar segurança à navegação, até hoje ainda auxilia embarcações, sendo um dos principais pontos turísticos da região.
A gente chega até lá de Uber Jegue, um passeio lindo. O nosso condutor, João Carlos, nos buscou no hotel, e fez o trajeto margeando o mar, um visual surreal, que nos faz sentir personagens de um filme.

Na maré baixa, você pode chegar bem pertinho, e na alta, quando o Farol desponta no mar – principalmente no pôr do sol - fotografar é um prato cheio para quem gosta: o céu avermelhado contra o azul do mar se transforma em cenário de fascínio e mistério, evocando clássicos como Querelle, do alemão Fassbinder, passado em um pequeno porto comercial na França, com um farol que faz lembrar Galinhos.
Inebriados com toda essa luz e encantamento nos despedimos, com a certeza de que não só conhecemos um lugar, como, por alguns dias, fizemos parte dele, convivendo com pessoas quem creem na essência, e na simplicidade que torna a vida descomplicada e mais bela. Sim, fizemos parte dessa história, que embora breve, foi intensa. E partimos com o desejo de que a luz daquele Farol, que encoraja os pescadores a enfrentar a força do mar, nos conduza, novamente, de volta a GALINHOS.