O Parque Nacional tem um objetivo claro: a conservação de áreas que englobem ecossistemas com grande relevância ecológica e beleza cênica. Outro grande objetivo é possibilitar, também, a realização de pesquisas científicas, além do desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambientais. Dentro dos seus limites, não são permitidas áreas particulares. Assim, os parques são áreas destinadas para fins de conservação, pesquisa e turismo – consciente, é claro - podendo ser criados nos âmbitos nacional, estadual ou mesmo municipal, em terras onde estejam situados, ou que sejam desapropriadas para esse fim.

No ano de 2023, de acordo com o Estadão, os Parques Nacionais do Brasil tiveram um pico de visitação , com o registro histórico de 11,8 milhões de pessoas – 15% a mais que o total de visitações no ano anterior. Os números são do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
( ICMBio ), que administra as unidades de conservação federais. O recorde em comparação aos anos anteriores reflete uma recuperação dos números pré- pandemia, além de uma crescente demanda por experiências ao ar livre e em contato com a natureza.

Para os amantes da natureza, os parques nacionais são o lugar perfeito para recarregar as energias. Trilhas, cachoeiras, corredeiras, lagoas de águas cristalinas e muito, muito verde. São incontáveis opções de lugares inesquecíveis para satisfazer o espírito aventureiro desses viajantes. Cataratas do Iguaçu, Fernando de Noronha, Serra dos Órgãos estão entre os muitos destinos paradisíacos ainda preservados no Brasil. Nós fizemos uma seleção exclusiva para você visitar e usufruir de um contato direto com o que a natureza tem de melhor.

Um dos mais belos lugares do Brasil, Fernando de Noronha é um sonho para muita gente. Paisagens lindas, praias de tirar o fôlego e uma riquíssima vida marinha só para citar alguns dos atrativos. De beleza inquestionável, o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha abrange 70% da ilha principal do Arquipélago Fernando de Noronha e todas as outras 21 ilhas secundárias. O arquipélago está localizado no Oceano Atlântico, a cerca de 360 km do continente, e constitui um grande banco de alimentação e reprodução para toda a fauna marinha do Nordeste brasileiro, além de representar um local de alimento e descanso para espécies migratórias. Lá encontram-se os últimos vestígios de Mata Atlântica insular e o único manguezal oceânico do Atlântico Sul.

O Parque foi criado com o objetivo de valorizar os ambientes naturais e a beleza cênica local, protegendo os ecossistemas marinhos e terrestres, preservando a fauna, a flora e os demais recursos naturais. Entres os objetivos específicos da UC estão o de proteger uma amostra representativa dos ecossistemas marinhos e terrestres do arquipélago. Além de conservar os sítios históricos arquitetônicos e naturais e ordenar o intenso fluxo turístico a Noronha.
No arquipélago, é possível passear de barco, fazer mergulhos no fundo do mar e observar golfinhos e a desova das tartarugas aruanas. A visita à Praia da Atalaia é um dos atrativos mais procurados do Parque e oferece a oportunidade de mergulhar em um aquário natural onde é possível observar a fauna marinha em seu ambiente natural. Na Baía do Sueste, é possível fazer o mergulho guiado através de uma trilha

submarina especial, para apreciar tartarugas marinhas em seu local de descanso e alimentação. Neste mergulho, um dos mais ricos em biodiversidade, pode-se avistar outras espécies marinhas como polvos, lagostas, raias, pequenos tubarões e peixes multicoloridos.
Mergulhar na Baías dos Porcos e do Sancho é um dos muitos programas lindos, assim como os passeios pela Vila dos Remédios, Morro do Pico, praias do Meio e da Conceição e o Morro Dois Irmãos.
Há voos para a ilha saindo de Recife e Natal. É possível também chegar pelo mar, em cruzeiros marítimos ou em embarcações particulares, pois a Ilha possui um porto na Baía de Santo Antônio. O arquipélago fica a 545 km de Recife, 360 km de Natal e a 710 km de Fortaleza, capital do Ceará.

Com uma área de 155 mil hectares, paisagens desérticas e lagoas azuis, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, criado em junho de 1981, mais parece cenário de Lawrence da Arábia. O maior atrativo são as dunas, rios, lagoas e manguezais. A UC conserva um raro fenômeno geológico formado há milhares de anos. Apesar de assemelhar-se a um deserto, a região formada por dunas é banhada por inúmeros rios. Algumas das principais lagoas são a Lagoa Azul e Lagoa Bonita (é preciso subir uma duna de 40 metros de altura para chegar até ela), Lagoas da Esperança, da Gaivota, da Betânia e a Lagoa das Emendadas.
Os povoados de Caburé, Atins e Mandacaru são pontos de parada. Em Barreirinhas, é possível visitar as praias Ponta do Mangue, Moitas, Vassouras, Morro do Boi e Barra do Tatu.

Três biomas em um só lugar
A região - principal destino indutor do turismo no Estado - está inserida no Cerrado, mas apresenta forte influência da Caatinga e da Amazônia, sendo encontradas espécies comuns aos três biomas. O Parque está localizado na costa semi-árida no norte do estado do Maranhão, a 370 km da capital São Luís, e abrange os municípios de Barreirinhas, Santo Amaro do Maranhão e Primeira Cruz. E ainda que os principais destaques deste destino incrível sejam as suas enormes dunas brancas, a natureza, como um todo, é simplesmente impressionante.

Também chamada de Serra da Canastra, esse Parque Nacional foi criado no ano de 1972 com o objetivo de proteger e preservar as diversas nascentes da região - entre as quais está a do Rio São Francisco - e a sua rica fauna e flora. O Parque tem aproximadamente 93 mil hectares demarcados e parte do território de seis municípios: São João Batista do Glória, São Roque de Minas, Vargem Bonita, Sacramento, Delfinópolis e Capitólio, no Sudoeste de Minas Gerais, que perfazem uma região ecoturística com mais de 200 mil hectares.
A área reúne basicamente dois maciços: a Serra da Canastra e a Serra das Sete Voltas, e, entre os dois, está o Vale dos Cândidos. As altitudes variam entre 900m e 1.496m (torre da Serra Brava), com vegetação predominante de campos rupestres, cerrado e matas ciliares. O relevo acidentado e a vegetação rasteira produzem uma paisagem única, com grandes vistas panorâmicas e muitas cachoeiras de altura superior a 100 metros.

Trilhas e contemplação
As características do relevo e da vegetação favorecem também a observação de animais selvagens, como o tamanduá-bandeira, o lobo-guará e o veado-campeiro. Para os amantes de aventura, os paredões e as trilhas do parque podem unir a prática esportiva a experiências maravilhosas ao lado da natureza exuberante. 
A região possui algumas das mais deslumbrantes e desconhecidas paisagens do Brasil. Durante muito tempo, esteve isolada por precárias estradas de terra e só há poucos anos entrou nos roteiros de viagem como lugar privilegiado para a prática de esportes radicais, vivência ambiental e turismo ecológico.

Queijo Canastra: patrimônio cultural imaterial
É também a região dos famosos queijos, reconhecidos nacional e internacionalmente, e que vem perpetuando gerações. E o que proporciona a ele um sabor único, considerado forte, denso e encorpado, são justamente o clima, a altitude, os pastos nativos e as águas da Serra da Canastra. O produto ficou tão famoso que o seu modo de produção é reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como patrimônio cultural imaterial brasileiro, desde 2008.

Ubajara é um município cearense que fica a cerca de 300 km de Fortaleza. Localizada na Serra da Ibiapaba  , a quase 900 metros acima do nível do mar, a cidade possui um clima bem diferente da capital, com temperaturas que variam entre 17°C e 28°C. E é nesta serra que fica o Parque Nacional de Ubajara, criado em abril de 1959. Abrangendo os municípios de Ubajara, Tianguá e Frecheirinha, possui uma área de 6.288 hectares, sendo classificado como Unidade de Conservação Federal de Proteção Integral. O complexo é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
O parque é reduto de uma fauna riquíssima, abrigando animais raros como o mico-estrela, tamanduá, macaco-prego, urubu-rei e gavião-casaca-de-couro. A flora divide-se em duas vegetações predominantes: uma muito parecida com a Floresta Tropical Amazônica , com espécies como cedro, babaçu e o pau-d’arco-amarelo; e a outra é a Caatinga, com árvores como jatobá, angico e marmeleiro. Uma mistura única!

Passeio de teleférico No interior do Parque, suspenso em cabos de aço, o teleférico percorre um trajeto de 550 metros entre as Estações Superior e Inferior, sendo utilizado para visitar a Gruta de Ubajara, única aberta à visitação, ou até mesmo, para aqueles que querem apenas fazer o passeio no bondinho, apreciando as belezas naturais do Parque. O teleférico é utilizado, também, pelos moradores da Distrito de Araticum, municipio de Ubajara, como meio de transporte.
O passeio está inserido no circuito de ecoturismo com trilhas de estilos diferenciados (Samambaia, Circuito Gavião e Trilha Ubajara/Araticum), além de cavernas, mirantes, cachoeiras (do Cafundó e do Gavião), piscinas naturais e outros atrativos do Parque, que também registrou, em 2022, a marca histórica de mais de 185 mil visitantes.
Lembrando que o acesso ao Parque é gratuito, mas os passeios guiados em trilhas e cachoeiras são pagos, bem como o roteiro histórico-cultural, como a visita à Gruta e o passeio de teleférico.

Gruta de Ubajara da virgem dos lábios de mel
Conhecida como Gruta de Iracema - por ser mencionada na obra de José de Alencar como o lugar onde a “virgem dos lábios de mel” teria passado uma noite antes de ir para o litoral cearense encontrar seu amado – a Gruta de Ubajara tem mais de 1 km de extensão, cerca de 75 metros de profundidade e formações como a Sala do Cavalo, com imagem semelhante ao referido animal nas paredes; e a  Sala da Imagem, que guarda uma escultura da Virgem de Lourdes. Além das salas, a gruta possui um túnel que leva até um riacho que deságua em uma lagoa de águas claras e geladas.
O trajeto de Fortaleza à Ubajara, de carro, dura em média 4 horas e 48 minutos. De ônibus pode levar até 7 horas. As vias de acesso são a BR-222 e a CE-187.

Considerado uma das maiores unidades de conservação da caatinga brasileira, o Parque Nacional da Serra da Capivara foi criado em 1979, no estado do Piauí. A região, também conhecida como Serra da Capivara, não só tem uma beleza natural diferenciada, como também abriga um dos maiores conjuntos de sítios arqueológicos do mundo, dos quais cerca de 150 são abertos para a visitação do público, onde o visitante pode conferir diversas pinturas rupestres da era pré-histórica! Por esse motivo, a região foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO em 1991. 
O Parque está localizado no sudeste do Estado do Piauí e ocupa parte dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias. A distância que o separa da capital do Estado, Teresina, é de 530 quilômetros.
Você pode chegar à Serra da Capivara de avião - existe um pequeno aeroporto em São Raimundo Nonato que recebe voos vindos de Recife; outra opção muito comum é as pessoas irem de avião até Petrolina e de lá seguirem de ônibus ou alugar um carro até São Raimundo Nonato, onde concentra-se a maior parte das estadias, de hostels, pousadas e hotéis a campings, para todos os estilos e bolsos.

Arte rupestre e cerâmicas: riqueza cultural e histórica
A história da Serra da Capivara tem dois marcos muito importantes: as pinturas rupestres – ou pinturas “dos homens bravos”, como eram chamadas - e as belíssimas cerâmicas, cuja produção se conecta à história humana e geológica da região. Uma atividade criativa e econômica que se reinventou a partir da identidade local com as pinturas rupestres, que retratavam o dia a dia, das caçadas aos rituais e até mulheres grávidas e animais. O pigmento mais utilizado era o óxido de ferro retirado das próprias rochas locais, e que conferem aquele tom avermelhado.
A cerâmica é feita de forma sustentável com manejo consciente, sem escavação de solo e sem torra com lenha. Além disso, cada peça é feita e desenhada à mão, deixando cada uma com um toque único. A Fábrica de Cerâmica da Serra da Capivara é aberta à visitação e, claro, à comercialização.
Nesta Edição de Agosto, destacamos, nos próximos Cards, quatro Parques que não constam no Ranking dos dez mais visitados, mas que, na minha opinião, são alguns dos mais belos Parques Nacionais do nosso país: AMAZÔNIA (PA e AM), CHAPADA DIAMANTINA (BA), CHAPADA DOS VEADEIROS (GO), e PANTANAL MATOGROSSENSE (MT).